Acabar com o clientelismo e patrimonialismo é o único
meio de garantir avanço e dignidade para todas e todos
Afirmar que Bacabal está abandonada é
constatar um fato, e não fazer um juízo político. Só quem perdeu o juízo ousa
discordar. Mas, quem é o culpado? Tanto o grupo A quanto o B, que governam a
cidade há décadas, impondo a servidão a sua população. Podemos reduzir a dois os
principais problemas bacabalenses: clientelismo e patrimonialismo. Eles não
começaram em 2016, tampouco em 2012. Já são antigos, e vem se agravando, pois a
própria lógica clientelista e patrimonialista fica cada vez mais sufocante. O
cerco se fecha, à medida que a miséria aumenta.
Abandonada,
a cidade não gera empregos, pois poucos ousam investir nela, sabedores que são
dos riscos que enfrentariam. Sem perspectiva de trabalho digno, sem formação
suficiente e recursos próprios para empreender, só resta a amplas parcelas da
população a dependência política, a servidão. Eis o clientelismo, a troca de
apoio por cargos, que retira qualquer perspectiva de mudança e avanço. Extratos
da população são convertidos em redes de clientes, que negociam apoio ou voto
por dinheiro ou emprego. Assim, as gestões públicas, independentemente se do
grupo A ou B, escravizam ampla parcela da população, tornando-a dependente de
seus favores. A descrença política é a consequência natural, ou estratégia de
manutenção da sobrevivência, pois quase todas as famílias têm ao menos alguém,
que depende de cargos da gestão municipal, e antes fossem cargos inteiros, mas
são parcelas, frações de emprego, superexplorados, e com a divisão dos serviços
aumenta o alcance dos tentáculos do clientelismo, prendendo mais e mais
famílias.
Dessa forma, a
administração da cidade é exercida como parte dos negócios privados dos
gestores, que tratam o que é de todos como se fosse só seu patrimônio,
decidindo a quem dar o que, ou quem serão seus clientes. Eis o patrimonialismo,
que faz com que os direitos mais básicos sejam negados, como uma saúde de
qualidade ou os 200 dias letivos, inviabilizados com o vergonhoso início das
aulas só após a Páscoa.
Diante desse cenário,
em Bacabal, a regra é essa: cale-se e não ouse se opor, pois perderá seu
quinhão, igual a seu vizinho que apoiou o grupo derrotado. Encenar publicamente
apoio a A ou B, bajulando prefeitos e vereadores, é uma estratégia de
sobrevivência para muitos, necessitados de um ganha pão, que para tê-lo trocam
por sua liberdade política e de crítica e ação. Afinal, comer é o pré-requisito
essencial. Quem se dá melhor nessa luta pela sobrevivência é quem consegue se
autoconvencer e, então, ser mais convincente no apoio a esses grupos, que são
mais do mesmo.
Trata-se
de um ciclo difícil, mas não impossível, de ser quebrado. A população precisa
compreender o funcionamento dessa máquina de negar direitos e precisa ter
coragem, voltar a acreditar, que é possível romper as grades dessa prisão. O
encarceramento nela não é um ato voluntário ou de burrice, mas a necessidade de
ao menos ganhar o pão, para si e para os seus. Mas, ao final, esse pão ganho
sai muito mais caro para toda a população do que se tiver empregos e padarias
para ser comprado. Afinal, o reforço escolar ou só uma viagem a São Luís ou
Teresina, em busca de tratamento médico, custa muito mais do que o voto vendido
ou negociado.
Precisamos ousar, nos
organizar e tomar o poder, para romper com essa lógica, e libertar o povo de
Bacabal desse vil cárcere. A prefeitura deve sim gerar empregos, mas não como é
feito, subdividindo cargos como forma de cooptação em massa. A geração de
empregos deve ser por meios indiretos, capacitando profissionalmente a
população, acreditando e investindo em cada bacabalense, incentivando a
formação de cooperativas e empreendimentos, estabelecendo parcerias e atraindo
investidores para a cidade.
É difícil conseguir
isso? Difícil, mas não impossível, é só tomar o poder de forma independente e
honesta, sem se comprometer com grupos políticos envolvidos nessa lógica ou com
investidores de campanha, que cobrarão caro depois, pois o resto é fácil e se
faz com vontade política, decência e dignidade. A sabedoria popular é infalível
quando diz que, depois que chegam lá, todos se corrompem. Só precisamos
enriquecer essa afirmação e torna-la menos fatalista, acrescentando que, se
chegarmos lá de forma honesta e independente, fazemos a diferença, mas o mais
do mesmo é porque, até agora, todos que chegaram lá ou pretendem chegar o
fizeram pelas mesmas vias: milhões investidos nas campanhas, com a expectativa
de, no mínimo, triplicar os valores gastos e manter as redes de miseráveis clientes.
Ao menos agora, desde
junho de 2019, há um partido político na cidade, o PSOL, que congrega filiados
não por interesses pessoais, mas em torno de ideias afins e do sincero desejo e
projeto de romper com todas as amarras e grilhões, libertando e desenvolvendo a
cidade, para que todos tenham sua dignidade e independência recobradas. Na
ordem do dia está o zelo pela res publica,
ou coisa pública. Não devemos esperar e nem querer nos tornarmos heróis.
Devemos sim é assumir nosso papel cidadão e nos unir para que, coletivamente, a
organização que tomamos parte e nos representa mude a realidade. Não tem essa
de cada um colocar seu tijolo e basta. Aqui a proposta é chamar a todas e todos
para colaborar com nosso mutirão psolista para edificar uma casa bela e agradável
para todos. Vem com a gente!
O clientelismo e patrimonialismo não fazem parte apenas do contexto bacabalense, isso é um mal que está enraizado na maioria das cidades maranhenses. O Psol em Bacabal está de parabéns pela iniciativa, os seus filiados sabem realmente o que é fazer política. Tenho aprendido muito com este blog a respeito do que é ser um cidadão crítico e independente quanto a seus direitos políticos.
ResponderExcluirAlex Castro, entre em contato conosco. (98)98269-6550. Só podemos transformar a realidade agindo coletivamente e de forma voluntária ; )
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