sábado, 21 de setembro de 2019

Você conhece os cinco princípios da gestão pública? Saia do senso comum, compreenda e “LIMPE” Bacabal


Ah se os cinco princípios da administração pública fossem conhecidos e respeitados! Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência formam o “LIMPE”, e passou da hora desses princípios vigorarem em nossa cidade. Eles constam no artigo 37 da Constituição Federal de 1988 e são, exatamente, o contrário das obscuras práticas políticas locais, cujos operadores chamamos de “krakens”. Qualquer ato de um gestor e servidor público, eleito, concursado ou nomeado, deve estar previsto em lei, ou seja, ser legal, e deve ter sempre como objetivo a finalidade pública, sem promoção ou atendimento de interesses pessoais, a exemplo da divulgação das obras e ações, que devem ter um caráter educativo, informativo e de orientação social. Eis a “legalidade” e “impessoalidade”. Na condução dos assuntos públicos também é necessário seguir padrões éticos como regra, ou o moralmente aceito (“moralidade”). A gestão também precisa ser transparente, com todos os atos tendo a devida “publicidade” para garantir o controle e a fiscalização da sociedade. É dever divulgar documentos, atos e a conduta de funcionários e magistrados. Assim, chegamos à “eficiência” necessária, com gestores e servidores devendo ter condições de cumprir suas atribuições da melhor forma possível, trazendo o melhor resultado com o menor custo e maior celeridade. Por isso, as funções públicas devem ser ocupadas por pessoas com notória qualificação e competência, e não por cabos eleitorais despreparados ou parentes.

O “LIMPE” está na base de “gestões republicanas”, orientadas pelo zelo máximo com a “res publica”, ou “coisa pública”, em oposição às gestões patrimonialistas e clientelistas, que tratam o que é de todos como bem privado. Políticos, servidores e comissionados com “espírito republicano” são meros gestores do bem comum, e não donos do poder. Representante é tão somente aquele(a) que “está em lugar de alguém”, gerindo seus interesses (no caso, a coisa pública, de todas e todos). De conhecimento do “LIMPE”, cabe-nos dar suporte a quem se baliza por tais princípios da gestão pública e auxiliar no controle e fiscalização da adequação dos atos administrativo a eles. O interesse público é o valor supremo, em detrimento do particular e contra a politicagem rasteira.

A propósito, as diferentes gestões de “krakens” governaram Bacabal ao arrepio dos cinco princípios previstos no artigo 37 da Constituição. Por aqui, independentemente do grupo gestor, a regra tem sido a ilegalidade, pessoalidade, imoralidade, obscuridade e ineficiência. Ao todo, são cerca de 4.000 tentáculos ou cargos diretamente utilizados para amarrar boa parte da população, que assim carece de independência política e tem que aceitar calada os desmandos desses seres abissais. Usam “a máquina”, gerindo o que é de todos, de forma pessoal, ilegal, inecificente e imoral, beneficiando a si, familiares, amigos, cabos eleitorais e até possíveis adversários. Secretarias e cargos são loteados em troca de apoio ainda durante as campanhas e para criar redes de clientes. É a recompensa pelo apoio dado. Dos krakens maiores, os prefeitos, aos menores, vereadores, todos se autopromovem em inaugurações ou associando atos, programas, obras e serviços a si e a outros. Resulta disso que o povo, preso nos tentáculos do poder, não tem acesso à saúde e educação de qualidade nem a saneamento ou qualquer outra atribuição do poder municipal. O grande monstro, o “sistema krakento”, engole tudo que é de todos, deixando apenas migalhas. E a (auto)censura cala o povo, que precisa garantir o pão de cada dia. É uma espécie de “servidão voluntária”, pois em nossa terra, emprego é favor político e silêncio é prudência. A falta de oportunidades, de emprego, é o principal motivo das pessoas se aproximarem desses seres e os apoiar, acabando envolvidas e presas em suas ventosas.

Para resolver o problema, não basta apostar no novo, que é velho na forma de fazer as coisas e só disputa as chaves do cofre e os cargos emanados do poder. Se o carro está estragado, é preciso consertá-lo. Não adianta ficar brigando para trocar de motorista. Precisamos é de pessoas comprometidas com a “res pública” para acabar com as práticas clientelistas e patrimonialistas, comuns aos diferentes grupos oligarquicos da política bacabalense. É imprescindível, desde já, nos organizarmos e fortalecermos as entidades coletivas de luta (movimentos e o único partido independente da cidade) e, ano que vem, elegermos vereadores independentes do grupo A ou B. Desse modo, independentemente de quem se tornar prefeito, iremos manter as contas públicas sob estrita fiscalização, fechando a torneira do mal uso e, provavelmente, corrupção.

A saída de nossa política: mais instituições comprometidas com a coisa pública e menos “fulanos” oportunistas e/ou clientelistas.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário

NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO

 NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO     Nós, que subscreve...