terça-feira, 15 de setembro de 2020

Libertação. Eis a decisão da Convenção do PSOL Bacabal


Foto da convenção do PSOL Bacabal


    No dia 13 de setembro de 2020, as forças progressistas e independentes de Bacabal tomaram uma decisão histórica, desafiando quem desdenha da vida humana ao forçar aglomerações e comprar a tudo e a todos. Como tapa na cara dos poderosos, foi referendada a coligação PSOL-PSB, nomes para as respectivas chapas de vereadores e a candidatura a prefeito de Bartolomeu Santos (PSOL) acompanhado de Welyson Lima (PSB) como co-prefeito (vice). A unidade PSOL-PSB em nossa cidade respeita o posicionamento dessas instituições partidárias, refletindo a proximidade de seus programas e bancadas em âmbito nacional. Portanto, faz jus à lógica, ao ideal que deveria governar a existência dos partidos, combatendo desde sua fundação o personalismo habitual da política bacabalense, espelhado na constituição de coligações absurdas que reúnem siglas completamente divergentes com base em compra de apoios e loteamento de cargos.

À esquerda, Bartolomeu Santos (PSOL), à direita Welyson Lima (PSB)


O respeito às instituições e combate à corrupção se faz assim, desde a origem do processo, tratando-se de insurgência, provada na própria composição programática. É um levante contra a apropriação da coisa pública por grupos privados, corruptos e corruptores, que se constituem em verdadeiras facções, cujos discursos destoam das práticas, desde a pré-campanha, o que está banalizado na cidade. Nas palavras de Bartolomeu:  

"Essa decisão de unidade e de termos candidaturas a prefeito e vice representa união contra aqueles que há anos sugam nossa cidade, produzindo e reproduzindo a miséria da população. Representamos a certeza de que podemos fazer realmente política e não politicagem, de que podemos seguir autônomos em relação às facções que fazem pré-campanhas e campanhas milionárias, tendo independência para denunciar e anunciar, para trabalhar, levar nossa cidade ao desenvolvimento e não saqueá-la para pagar os gastos das campanhas e produzir riquezas para uma elite hegemônica parasitária dos bens públicos. Nossas candidaturas são um marco de como é possível falar e fazer diferente, recusando-se a ser cooptado pela lógica do poder e dos poderosos. Recusamos mesmo a abrir diálogo com as duas facções, que se constituem à revelia do povo, sempre de cima para baixo, explorando o desespero das pessoas para ter emprego. Não é fácil enfrentar a máquina, enfrentar corruptos e corruptores, mas é possível e necessário. Temos vontade, gana de mudar, de acabar com a miséria e dependência. Não basta falar que fará, tem que fazer diferente desde a pré-campanha, constituindo grupo unido por ideias e ideologias e não comprado nos balcões de negócios dos supostos partidos, que mais parecem e se comportam como facções. Estar com o PSB Bacabal é sinal de respeito à população e à própria lógica partidária, demonstrando compromisso com as instituições. Nosso partido é uma ferramenta de luta contra-hegemônica, portanto, a população deve ter participação nessa representação. Alinhamo-nos com o PSB, que está programaticamente próximo de nós, no campo progressista, e que também é independente e, assim, ambos cumprem seus papéis institucionais. A construção do PSOL começou ano passado e seguirá". 


   Questionado sobre o sentido de sua candidatura e como estava se sentindo, Bartolomeu respondeu:

“Nossa decisão é um marco na luta para conseguirmos a concretização daquilo que é direito de todas e todos e que custou muitas vidas para conseguirmos. Emocionei-me porque lembrei de pessoas/amigos que perdi por conta dessa estrutura assassina que está posta aqui. Estou muito feliz, não por mim mesmo, mas por estar iniciando o raiar de um novo dia na história de Bacabal, um dia em que o sol desponta em nossos corações, dá esperança de dias melhores para todas e todos nós bacabalenses."

 Partido deve ser uma agremiação amalgamada em torno de um programa político, que está registrado no TSE. Seus membros devem ter identificação e unidade política a partir de ideias. Já facção é um grupo que, por meio de ações legais e ilegais, busca promover os interesses privados de seus membros. A união se dá por interesses afins, geralmente, ao arrepio das leis. Já responde se em Bacabal, via de regra, temos um ou outro a própria composição de enormes, contraditórias e artificiais coligações que disputarão a cidade em 2020, diferentemente do PSOL e PSB. Por si só, a reunião de partidos com programas completamente distintos, indo da esquerda à extrema direita, é um atentado contra nossas instituições, e revela a falta de compromisso com a coisa pública contrastada com o zelo por projetos e interesses pessoais, operados por meio de legendas manipuladas. Esses sujeitos se colocam acima das instituições o tempo todo, desde a pré-campanha, corrompendo as campanhas e o funcionamento das instituições. Não adianta reivindicar decência, honestidade e compromisso público se as práticas contradizem os discursos. 


Marcones Alves, presidente do PSOL Bacabal


       Há meses denunciamos as fundações dessa lógica facciosa: a gestão da coisa pública como bem privado e o estabelecimento de redes de apoio em troca de benefícios, aparelhando a coisa pública (ou patrimonialismo e clientelismo). Os fatos recentes, as convenções, falam por si só. Primeiro, o desrespeito à vida humana, promovendo aglomerações, que colocam em risco as pessoas só para demonstrar força. Por si só, isso mostra o que é prioridade: o poder ao invés do ser humano.

Politiqueiros sempre serão e farão politicagem, dizendo-se libertadores do povo. Felizmente, nossas ações como PSOL Bacabal, estão em consonância com nossas falas e o manifesto emancipatório que publicamos no aniversário da cidade. Mantivemos nossa independência, estamos firmes, de cabeça erguida, denunciando as facções, que inclusive tentaram abrir diálogo conosco, mas nos recusamos a sentar e ouvir o que têm a dizer.      Pois, mais revelador para nós foi o que fizeram na pré-campanha e seguirão fazendo se se tornarem gestão.

    No PSB encontramos, desde as conversas iniciais, um possível aliado para enfrentar essa lógica. E nossas convenções consolidaram essa unidade. Pagamos e seguiremos sempre, orgulhosamente, pagando o preço inevitável de nossa independência e honestidade: enfrentar mil dificuldades para constituir chapa e representar, verdadeiramente, quem rejeita com todas suas forças e esperanças essa politicagem que mata, rouba, deprime. Recusamos a subserviência a interesses corruptores. Recusamos as regalias e facilidades dos poderosos, em nome de um programa, de princípios e de uma visão ética e justa de cidade e humanidade, o que nos gabarita para seguir reivindicando a condição ideal de verdadeiro partido político, respeitoso das instituições brasileiras, ao invés das facções locais. Travamos uma guerra contra os assassinos do amanhã.

      Já vencemos a primeira e principal batalha: mostrar na prática que é possível seguir independentes, que nem todas e todos se curvam e que há pessoas que não tem preço, mas valores. Estamos de cabeça erguida e revigoradas para travar a próxima batalha de 2020: as eleições municipais. Bacabal terá excelentes candidaturas pelo PSOL, como Bartolomeu, Professora Irismar, Professora Liduina e João Carlos.


         Da esquerda para a direita, João Carlos, Professora Liduina, Bartolomeu Santos e Professora Irismar


Libertação e dignidade já!

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