segunda-feira, 29 de julho de 2019

Por trabalho, dignidade e serviços públicos em Bacabal: o papel dos indivíduos na transformação da cidade



Meio da mudança há: temos que nos organizar e lutar
Vamos começar com uma reflexão: Qual mudança na história ocorreu vinda, somente, das mãos de líderes heróicos ou pessoas iluminadas? A resposta é óbvia: Nenhuma! Em todo processo histórico, foi o povo organizado que transformou o que precisava ser transformado.
Mas, infelizmente, em nossa cultura, ao invés da valorização da ação coletiva, organizada e consciente da população, é comum o mito e culto aos heróis. Tais referências recuam, no mínimo, à Grécia Antiga, e fundamentam não só nossa concepção de história, mas nossas esperanças políticas no dia a dia. Vivemos à espera de alguém que surja para resolver todos nossos problemas sociais e políticos, assim como acontece nos filmes de Holywood. Nessas obras cinematográficas, como em nossa cidade, o povo sempre está em uma situação de passividade e perigo, aguardando, desesperadamente, que alguém o salve. Ao menos, mais recentemente, começaram a se multiplicar também as heroínas nos filmes, diversificando nosso imaginário e o tornando menos machista.
Mas, esses heróis esperados não existem, logo não virão. Pensemos em Bacabal. Quanta esperança vã já depositamos em fulano ou ciclana que, ao final, se mostrou mais do mesmo, farinha do mesmo saco? Defensores de A ou B cansam de argumentar a favor de suas predileções políticas, mas todas e todos sabem que se trata da mesma forma de fazer política: clientelista e patrimonialista. Nossos problemas atuais foram se acumulando ao longo do tempo e são frutos tanto da gestão A quanto B. Sejamos realistas. Se precisamos apoiar esses grupos para manter nossos empregos, não precisamos nos convencer da mentira que os sustenta. Sejamos práticos também: para experimentarmos uma comida nova é necessário cozinhar de forma diferente, ou com novos ingredientes e, assim, não adianta querermos novidades, se continuamos a fazer tudo igual.
Bacabal precisa de uma intervenção drástica, de uma mudança radical, que sacuda as estruturas da cidade. Nossas instituições juntam pó, teias, isto está nítido. Mas, como é do interesse de grupos poderosos se manterem ou disputarem o poder, a cada dois anos o velho é repaginado, a poeira varrida para debaixo do tapete e as velhas faces apresentadas como a solução, como se não fossem elas próprias as responsáveis pelos problemas que ora enfrentamos. Essas figuras continuam a sequestrar nossos sonhos e projetos por algo melhor para todos.
Mas, no fundo de cada um de nós, está a esperança que teima em resistir, crendo que, de fato, surjirá algo diferente, alguém ou alguns que venham nos salvar e evitar que o dinheiro público desapareça. Para isso, nem o velho servirá, nem aquele que se apresenta como novo, mas opera a mesma lógica corrupta e carcomida. Cabe a nós, o próprio povo, nos organizarmos e cumprirmos, coletivamente, o papel que esperamos dos super-homens e mulheres maravilhas que fascinam nossa imaginação e movem nossas esperanças políticas. Precisamos abandonar esse pensamento infantil e expectativas e nos irmanarmos, coletivizarmos, dividindo as tarefas da mudança para garantir investimentos em educação, saúde, asfaltamento, saneamento, segurança, geração de emprego e renda, etc. etc. etc.
Chega! Não é possível vivermos em pleno século XXI, com as estruturas políticas geridas como era feito no Brasil colônia, entre o século XVI e XVIII. Cabe a nós, simples cidadãs e cidadãos bacabalenses, atentar-nos para o fato de que o novo já existe. Nosso espaço de esperança está bem debaixo de nossos narizes, e não no horizonte distante, de onde, equivocadamente, esperamos que surja um heroi ou heroína, que venha nos socorrer. Devemos procurar esses gigantes ou os sujeitos da mudança em nós próprios, cidadãos e cidadãs dispostos a operar a mudança que queremos.
Em Bacabal, que roga por mudanças, não será diferente. Somos nós, o povo organizado, que faremos as mudanças necessárias, e não falsos profetas e falsos heróis. Somos nós os sujeitos da história, aqueles que movem sua roda, e a tocaremos por cima de quem ousar deter seu curso, que já não tolera os velhos grilhões patrimonialistas e clientelistas. Para que essa marcha da história se cumpra, não podemos ser ingênuos, nem vaidosos. Devemos assumir nosso papel histórico, que é nos organizarmos, submeter nossa vontade individual à vontade coletiva, e nos tornarmos parte de um grupo independente, que represente e ecoe nossa voz. Sozinhas nada faremos, a não ser reclamar, falar nas redes sociais ou esperar heróis e heroinas. Precisamos é tomar parte de uma organização independente, que funcione de forma democrática, que se autofinancie, que recuse qualquer centavo vindos de investidores de campanhas políticas. Nem Maranhãozão, nem Maranhãozinho, precisamos é da força do Maranhão de verdade, que somos nós, simples sujeitos. Precisamos de todos e de cada uma, dispostos a se organizar e agir para conseguir as mudanças que queremos. Foi justamente para servir a esse propósito que, nos reunimos e decidimos fundar, em junho de 2019, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Bacabal. Para que nos represente e unifique nossas vontades, para que congregue e leva adiante nossas ideias, projetos e voz, garantindo a vez de quem nunca teve: nós, o povo! É passada a hora de tomarmos em nossas mãos as rédeas de nosso destino coletivo, superando as estruturas coloniais da política local.
Nós não queremos os farelos do pão que caem da mesa de banquete dos poderosos. Nós sequer queremos o pão pronto, comprado, pois o que desejamos é ter a padaria e a disponibilizar para que cada uma e um produza o próprio pão que queira e necessite comer ou vender. Nossas instituições devem nos servir, e não o contrário. Que nossa cidade nos qualifique, invista em nós e em pessoas dispostas a construir algo nela, para que ou consigamos ou produzamos nossos próprios empregos, de forma individual e coletiva. Que haja cursos e um fundo de investimento cidadão. Que nossas terras produzam alimentos saudáveis, sustentáveis, que nos alimentem e possam ser vendidos. A terra é nossa, a esperança também!  
Vem conosco, organize-se no PSOL, pois só assim conseguiremos mudar a realidade local. Os heróis não virão, pois sequer existem. O que há são pessoas como nós, incorruptíveis e dispostas a se organizar para lutar pelo que é de todas e todos.

sábado, 13 de julho de 2019

Quais são os principais problemas políticos de Bacabal, ou por que a cidade está abandonada? E, o que podemos fazer?


Acabar com o clientelismo e patrimonialismo é o único meio de garantir avanço e dignidade para todas e todos


           Afirmar que Bacabal está abandonada é constatar um fato, e não fazer um juízo político. Só quem perdeu o juízo ousa discordar. Mas, quem é o culpado? Tanto o grupo A quanto o B, que governam a cidade há décadas, impondo a servidão a sua população. Podemos reduzir a dois os principais problemas bacabalenses: clientelismo e patrimonialismo. Eles não começaram em 2016, tampouco em 2012. Já são antigos, e vem se agravando, pois a própria lógica clientelista e patrimonialista fica cada vez mais sufocante. O cerco se fecha, à medida que a miséria aumenta.

            Abandonada, a cidade não gera empregos, pois poucos ousam investir nela, sabedores que são dos riscos que enfrentariam. Sem perspectiva de trabalho digno, sem formação suficiente e recursos próprios para empreender, só resta a amplas parcelas da população a dependência política, a servidão. Eis o clientelismo, a troca de apoio por cargos, que retira qualquer perspectiva de mudança e avanço. Extratos da população são convertidos em redes de clientes, que negociam apoio ou voto por dinheiro ou emprego. Assim, as gestões públicas, independentemente se do grupo A ou B, escravizam ampla parcela da população, tornando-a dependente de seus favores. A descrença política é a consequência natural, ou estratégia de manutenção da sobrevivência, pois quase todas as famílias têm ao menos alguém, que depende de cargos da gestão municipal, e antes fossem cargos inteiros, mas são parcelas, frações de emprego, superexplorados, e com a divisão dos serviços aumenta o alcance dos tentáculos do clientelismo, prendendo mais e mais famílias.  

Dessa forma, a administração da cidade é exercida como parte dos negócios privados dos gestores, que tratam o que é de todos como se fosse só seu patrimônio, decidindo a quem dar o que, ou quem serão seus clientes. Eis o patrimonialismo, que faz com que os direitos mais básicos sejam negados, como uma saúde de qualidade ou os 200 dias letivos, inviabilizados com o vergonhoso início das aulas só após a Páscoa.

Diante desse cenário, em Bacabal, a regra é essa: cale-se e não ouse se opor, pois perderá seu quinhão, igual a seu vizinho que apoiou o grupo derrotado. Encenar publicamente apoio a A ou B, bajulando prefeitos e vereadores, é uma estratégia de sobrevivência para muitos, necessitados de um ganha pão, que para tê-lo trocam por sua liberdade política e de crítica e ação. Afinal, comer é o pré-requisito essencial. Quem se dá melhor nessa luta pela sobrevivência é quem consegue se autoconvencer e, então, ser mais convincente no apoio a esses grupos, que são mais do mesmo.        

            Trata-se de um ciclo difícil, mas não impossível, de ser quebrado. A população precisa compreender o funcionamento dessa máquina de negar direitos e precisa ter coragem, voltar a acreditar, que é possível romper as grades dessa prisão. O encarceramento nela não é um ato voluntário ou de burrice, mas a necessidade de ao menos ganhar o pão, para si e para os seus. Mas, ao final, esse pão ganho sai muito mais caro para toda a população do que se tiver empregos e padarias para ser comprado. Afinal, o reforço escolar ou só uma viagem a São Luís ou Teresina, em busca de tratamento médico, custa muito mais do que o voto vendido ou negociado.

Precisamos ousar, nos organizar e tomar o poder, para romper com essa lógica, e libertar o povo de Bacabal desse vil cárcere. A prefeitura deve sim gerar empregos, mas não como é feito, subdividindo cargos como forma de cooptação em massa. A geração de empregos deve ser por meios indiretos, capacitando profissionalmente a população, acreditando e investindo em cada bacabalense, incentivando a formação de cooperativas e empreendimentos, estabelecendo parcerias e atraindo investidores para a cidade.  

É difícil conseguir isso? Difícil, mas não impossível, é só tomar o poder de forma independente e honesta, sem se comprometer com grupos políticos envolvidos nessa lógica ou com investidores de campanha, que cobrarão caro depois, pois o resto é fácil e se faz com vontade política, decência e dignidade. A sabedoria popular é infalível quando diz que, depois que chegam lá, todos se corrompem. Só precisamos enriquecer essa afirmação e torna-la menos fatalista, acrescentando que, se chegarmos lá de forma honesta e independente, fazemos a diferença, mas o mais do mesmo é porque, até agora, todos que chegaram lá ou pretendem chegar o fizeram pelas mesmas vias: milhões investidos nas campanhas, com a expectativa de, no mínimo, triplicar os valores gastos e manter as redes de miseráveis clientes.

Ao menos agora, desde junho de 2019, há um partido político na cidade, o PSOL, que congrega filiados não por interesses pessoais, mas em torno de ideias afins e do sincero desejo e projeto de romper com todas as amarras e grilhões, libertando e desenvolvendo a cidade, para que todos tenham sua dignidade e independência recobradas. Na ordem do dia está o zelo pela res publica, ou coisa pública. Não devemos esperar e nem querer nos tornarmos heróis. Devemos sim é assumir nosso papel cidadão e nos unir para que, coletivamente, a organização que tomamos parte e nos representa mude a realidade. Não tem essa de cada um colocar seu tijolo e basta. Aqui a proposta é chamar a todas e todos para colaborar com nosso mutirão psolista para edificar uma casa bela e agradável para todos. Vem com a gente!


NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO

 NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO     Nós, que subscreve...