terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

 

Organização da Ação Política: uma prática permanente

 

*Welyson Lima

 

Organizar-se politicamente em torno de uma realidade vigente, refletida em problemas que afligem toda uma população em torno do que se considera imprescindível a cada cidadão, torna-se uma atividade mais que política, e sim vital.  É vital se mobilizar para se ter uma cidade melhor, economicamente mais desenvolvida, sustentável, geradora de oportunidades de emprego aos jovens, geradora de cultura, educação, esporte e lazer aos seus munícipes, como também vital se torna uma cidade conscientemente politizada. A política é princípio, meio e fim de nossas ações na sociedade e no mundo.

Por outro lado, um grupo se desenvolve em movimento. As motivações para a mobilização nascem das necessidades emergenciais das pessoas no dia a dia. As mobilizações podem ser esporádicas/temporárias, porém a organização política é algo permanente.  Um dos pilares iniciais para se iniciar o engajamento na luta política é o estudo da realidade.



O primeiro passo, a priori, para boa organização de um grupo político, é antes de tudo, o estudo objetivo da realidade. A realidade presente, real, concreta.

É indispensável que se domine o conhecimento da realidade. Sem estudo, informação precisa, é impossível saber por onde começar e como conduzir os trabalhos no grupo. É desafiador, porém perfeitamente preciso aceitar esse desafio. É preciso “ver” coletivamente, com os companheiros, a realidade de onde está sendo construído a base, o sustentáculo da organização. 

Por outro lado, é preciso ir além. Estabelecer provocações, ver quais são os problemas, “problematizar” as temáticas, entender as questões, propor discussões, por fim, gerar proposições. É gerando propostas que se faz uma oposição com seriedade e coerência. É se perguntar: Qual é o problema? Quais são os maiores desafios sentidos pelas pessoas do lugar? Quais as lutas? Qual o grau de organização do povo? Quais são as debilidades? Etc. As respostas a essas perguntas permitirão análises, reflexões do que há “por trás das cortinas”, num sentido filosófico. Posteriormente, entender-se-á quais são as causas do que está acontecendo, para consequentemente definir objetivos claros para mobilização do grupo e da comunidade. E é com base nisso, que surge o planejamento.

Planejar é ato necessário em nossas vidas. Em tudo planejamos. No que diz respeito a um grupo que visará à ação de conscientização política, torna-se imperativo “pensar a ação”. Definir como levar à prática nossos objetivos. É o momento de organizar o trabalho do grupo. Significa, sobretudo, organizar as tarefas em uma programação, principalmente através da discussão coletiva e da responsabilidade individual.

Planejar significa organizar o tempo, os recursos materiais e humanos; criar condições políticas para atingir os objetivos programados, dentro do período determinado, estabelecendo formas adequadas para isto. Toda formulação e apresentação de proposta devem vir acompanhadas do planejamento para sua execução. Do planejamento devem constar fundamentalmente: definição de objetivos, de atividades e meios, assim como definir tarefas e responsáveis, metas e administração do tempo. Com esse planejamento articulado, vem aquilo que promove o constante aperfeiçoamento, que é a avaliação criteriosa afim de corrigir erros e melhorar a ação.

Defendo que sejam instituídos Núcleos de Atuação Política. Um espaço de ação política de cada membro do PSOL-Bacabal com base em habilidades em área específica ou interesse por tema delimitado. É uma maneira de organizar nossas ações políticas em eixos temáticos. O objetivo do Núcleo seria, portanto, capacitar os integrantes no estudo da realidade, em discussões e proposições coerentes. Para a escolha do (s) “ dirigentes” ou “ líder (es) ” dos Núcleos Temáticos de Atuação Política, parte-se do princípio da formação acadêmica e/ou das habilidades/ vocação para os temas.

Concluo este artigo dizendo, portanto, que necessitamos de consciência crítica e esta não surge do nada nem de repente: é “fruto” do aprender e estudar coletivamente, organizando grupos de estudo, cursos de formação política, aprendendo uns com os outros, realizando debates sobre os temas, problematizando as questões, buscando respostas, por fim, se mobilizando em prol de um objetivo comum. A união da prática (ação) com teoria (análise, reflexão e planejamento da ação) é que orienta o trabalho do núcleo. Todo trabalho popular necessita destes dois fatores: teoria e prática. A teoria existe como orientadora da prática, pois é a ação que nos permite transformar a realidade e aproximar-se cada vez mais de nossos objetivos.

 

·*Welyson Lima: Professor graduado em Letras (CESB-UEMA) com especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Acadêmico de Jornalismo (Estácio), atua também como Redator, Revisor Textual e Editor de Publicações. Ex candidato a vice-prefeito (2020) e novo filiado ao PSOL-Bacabal (2021).

 

Ação Cultural em Bacabal- Estratégias e Diretrizes

 

*Por Welyson Lima

 

 

A cultura tem e terá sempre um papel importante na afirmação da nossa identidade local (Bacabal), regional e nacional. E a ideia que perpassa é incentivar a Política Cultural para além proteção às Letras, Ciências, Belas Artes, manifestações folclóricas, portanto, para além do mecenato.

Instituir uma Política Cultural é sobretudo dialogar com as frentes populares constituídas e constituintes da cultura local. Bacabal é um celeiro de artistas e produtores culturais, profissionais ou amadores, por isso ouvir os produtores de cultura requer de nossa parte sensibilidade para entender as demandas e superar desafios que se encontram nos caminhos desde longos anos, especialmente porque as vozes dos que fazem cultura no município de Bacabal não se fazem ouvidas na maioria das vezes.

Por outro lado, é na cultura, sobretudo também pelo seu caráter de entretenimento, que as pessoas buscam a felicidade, a solidariedade, que tais sentimentos, notadamente humanitários e por isso muito importantes, ressalte-se, vão se materializando na poesia, na dança, na música, na arte pictórica, no cinema, no teatro, nas manifestações artísticas como um todo, portanto.

Nessa perspectiva, a minha ideia é que o estímulo à cultura tenha a ênfase necessária para que Bacabal se reconheça na sua diversidade regional e local, nas suas variadas expressões tradicionais e históricas, como também na valorização do patrimônio histórico e cultural do município de Bacabal, que deve existir na memória popular. Importante dizer, a bem da verdade, que na memória institucional jamais existiu, porque nunca se cogitou pelos poderes constituídos, especialmente pelo Executivo Municipal, preservar a história, memória, cultura e suas expressões estéticas nesta cidade.

No entanto, de outro modo, é preciso reconhecer a Política Cultural em toda sua abrangência pela sua diversidade, o que nos remete a pensar nas novas linguagens e estéticas, tais quais a culinária criativa, o artesanato inovador, as artes cênicas de bairros, a cultura digital (cada vez mais predominante entre adolescentes e juventude) e demais outras.

Será preciso haver uma preocupação em fortalecer expressões artísticas não comerciais, sem desmerecer estas últimas. Contudo, o intento é galgar o fortalecimento das práticas culturais mais subjacentes aquilo que concorre à nossa identidade cultural na cidade de Bacabal. E é a cultura popular a que nos une mais fortemente e nos coloca em um estado de sincronia permanente.

Assim, frisa-se que, não menos importante é entendermos que a oferta de bens e serviços culturais deve ser vista como uma forma de lazer, mas também de inclusão social, o que fortalece a cidadania e promove a inclusão econômica, assegurando principalmente à juventude alternativas e perspectivas ao futuro dela. Cultura é antes de tudo, vida. Por estes motivos e por tantas outras justificativas, faz-se necessário um olhar sempre atento, especialmente pelos agentes políticos (públicos) que são os que, junto aos produtores culturais e artistas, conseguem implementar políticas públicas no setor.

Elenco a seguir diretrizes que julgo contribuir no direcionamento às práticas culturais do município de Bacabal, especialmente por perseguir insistentemente à cultura da inclusão, pilar para a expansão ao consumo da cultura saudável e exercício da cidadania ativa. Como diretrizes devemos pensar em:

 

1.    Implementação de políticas que ampliem e popularizem cada vez mais o acesso à cultura e lazer, criando espaços de fomento, desenvolvimento contínuo e interação, valorizando espaços já existentes, principalmente nos bairros periféricos de Bacabal;

2.  Estimulo às manifestações amplas e à disseminação da cultura afro-brasileira (quase sempre esquecida);

3.    Estimulo à produção de atividades culturais de baixo impacto no meio ambiente;

4.  Estimulo às atividades de economia criativa, que se constitui, para além criação, estética e produção cultural, num ramo da atividade econômica e de criação de renda aos jovens em atividades que contribuem com seu bem-estar, sobretudo.

 

Portanto, 4 diretrizes primordiais que se bem alinhadas a uma perspectiva democrática no modo de produção e oferta de bens culturais, fortalecem os valores de cidadania, solidariedade, cooperação mútua humanas, assim como incide no reconhecimento de pertencimento aos espaços culturais.

 

 

*Welyson Lima: Professor graduado em Letras (CESB-UEMA) com especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Acadêmico de Jornalismo (Faculdade Estácio), atua também como Redator, Revisor Textual e Editor de Publicações. Ex candidato a vice-prefeito (2020) e novo filiado ao PSOL-Bacabal (2021).


NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO

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