Esse dia de luta foi marcado, em
Bacabal, por uma roda de conversa, na Praça do Bolo, organizada pelo PSOL, Fórum Social de Bacabal e pelo
Movimento da Juventude Libertária. Os temas abordados: machismo, relacionamento
abusivo, violência obstétrica, e as intersecções entre gênero, classe e raça.
O diálogo foi
conduzido pela Professora da UFMA, Mayka Danielle Brito, que fez um histórico
do dia e das lutas das mulheres, com questionamentos que levaram a várias intervenções muito qualificadas das
companheiras ali presentes. Os homens souberam mais ouvir do que falar, respeitar
o momento de escuta, e todas e todos compreenderam melhor as pautas
fundamentais abordadas. “Tudo mais popular, familiar, simples...”, avalia um
dos presentes. Conforme outro testemunho: “Achei que com essa atividade
avançamos para construir uma sociedade que não se cala e nem vai se calar
diante da violência contra as mulheres.”.
Um terceiro relato destaca
... os atos
machistas cotidianos, que nem nos damos conta por termos sido criados em
sociedade assim. Tipo não cortar fala de mulher, prestar atenção ... Gostei
também por isso. Pois foi muito familiar mesmo, galera gente boa reunida. Não
teve desgaste, que às vezes rola por indelicadeza na hora de falar com
companheiros e desconstruir deslizes.
Em resumo, nas
palavras da Professora Mayka,
Foi um
espaço de debate que permitiu problematizar o próprio 8 de março, contestando questões dolorosas que
precisam ser curadas. A conscientização é o primeiro passo para romper com a
mentalidade e práticas machistas, os relacionamentos abusivos, e todo tipo de
violência contra a mulher pobre, negra, indígena e homoafetivas. Que possamos
reproduzir momentos como esse. Parabéns pela iniciativa!
A atividade também contou com música e poesia, tendo sido lida a que segue:
A organização
avaliou, positivamente, outra dimensão da atividade:
Assim vamos
ocupando espaço público, debatendo, desconstruindo essa lógica tosca da
política local de que se for pra usar espaço público tem que botar gente. Daí
obrigam, pagam, fazem presepada. Isso é ensinamento democrático que viemos
fazendo desde ano passado, até com ato que estivemos em nove na praça do
Paraíba.
Esse balanço fortalece o entendimento de que é necessário e possível consolidar uma nova cultura política na cidade, utilizando os espaços públicos, não para medir forças, mas gerar consciência.
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