Se
queremos nossa juventude viva e ativa precisamos de políticas públicas
abrangentes que a contemplem. Eis o papel da gestão junto com a sociedade
civil: discutir e formular as intervenções do poder público, democratizando o
acesso e qualificando os espaços e a infraestrutura para a prática de esportes
e lazer.
Em Bacabal, é nítido o interesse da
população pelas práticas esportivas, apesar da falta de incentivo e estrutura
ofertada pelo poder público. Jovens usam a Praça do Bolo para andar de skate,
outros jogam mini-futebol na João Alberto, onde também é praticada corrida,
caminhada, basquete, dança, ciclismo e futebol de campo. Em outros espaços
jovens e adultos jogam futevôlei e vôlei, dançam brake, funk, dentre outros estilos. O futebol interbairros mobiliza
centenas de pessoas, movimenta o comércio ambulante e também é potencial a ser
explorado para garantir lazer, esporte e fortalecer a economia local. Por que
não deixar o Correão permanentemente aberto e com uma agenda diversificada de
atividades, garantindo a visibilidade a todas as práticas esportivas, e assim o
lazer e incentivo à população? Por que não explorar o potencial do Rio Mearim
para a prática de esportes aquáticos, cultura e lazer, integrando tudo isso com
políticas de revitalização e preservação ambiental?
Fato é que, apesar desse cenário promissor, receptivo a políticas
públicas, o respaldo e incidência setorial do poder público é mínima, com o
vácuo ocupado pelo espontaneismo dos próprios sujeitos. Tamanho é o descaso,
que a Praça da Juventude, cujo prazo final de conclusão era dezembro de 2019,
segue por terminar, explicitando a falta de compromisso das gestões com a
população, e a juventude em especial. A causa última dos problemas é a mesma
dos demais setores: o patrimonialismo
e clientelismo das gestões, preocupadas em se perpetuar e não com a
qualidade da administração da coisa pública e garantia dos direitos.
Mas como há interesse e articulação
social espontânea, como por exemplo nas práticas mencionadas e nas escolinhas
voluntárias e sua liga, é possível planejar e executar uma adequada política de
esporte e lazer, que deve ser pensada como direito social, inclusive assegurado
na Constituição de 1988. Para efetivar esses direitos são necessárias políticas
intersetoriais e transversais, integradas em uma concepção mais abrangente de cidadania
e educação integral.
A Prefeitura pode e deve contratar profissionais de forma
impessoal e objetiva para garantir o acesso permanente de jovens e adultos ao
esporte, sobretudo nas zonas de alta vulnerabilidade, ocupando os espaços
disponíveis de forma permanente. Tal qual no concernente à cultura,
as escolas podem servir de espaço privilegiado para a garantia dos esportes,
organizando a logística das atividades bem como os equipamentos e profissionais
necessários, funcionando no contraturno e nos finais de semana. As políticas de
esporte devem estar integradas às políticas de cultura e educação,
fomentando-se o envolvimento e ação comunitária, assegurando a ela a
infraestrutura necessária. Dos jovens aos idosos é possível integrar a todos,
garantindo saúde física e mental.
Ao invés da lógica perversa do cabide
de empregos, que compromete a eficácia das gestões, deve haver uma
integração e qualificação da Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer (SEJEL),
realizando-se, imediatamente, concurso
público para contratação de técnicos especializados. A SEJEL deve estar,
assim, fortalecida e capacitada para articular, implementar, monitorar e
acompanhar as políticas
setoriais planejadas junto à sociedade civil, com base em dados levantados,
processados e, permanentemente, atualizados.
Nosso mote é a ocupação e qualificação dos espaços públicos e as
políticas de esporte, juventude e lazer, juntamente com cultura e educação, são
centrais, inclusive, oportunidades de geração de emprego e renda, na
perspectiva da economia
solidária. Seja na qualificação dos espaços pré-existentes, como praças,
ruas e quadras, seja na criação de outros, cabe ao poder público buscar e
firmar parcerias para ampliar o acesso às práticas e equipamentos esportivos e
de lazer, captando recursos para oferecer os serviços. A formação e os recursos
humanos, tanto para o esporte quanto para as demais áreas, podem ser buscados
em parceria com as universidades, por meio de um programa permanente de
formação de gestores, profissionais e agentes. Sobre captação de recursos é
possível ampliar e diversificar as fontes de captação seja por meio de
parcerias com demais esferas de governo seja com os produtores e empresas
locais, que já ajudam de modo espontâneo. Uma equipe qualificada na SEJEL
também tem mais condições de garantir o financiamento por meio da Lei de Incentivo
ao Esporte - Nacional.
A sociedade civil deve participar ativamente da elaboração,
execução e avaliação dessas políticas, cabendo efetivar o Plano Municipal de
Esporte e o Conselho Municipal de Esportes. Esporte é também cidadania,
ofertando aos jovens condições de inserção plena na sociedade.
Em
suma, da cultura,arte e lazer, à saúde, educação, segurança, economia,
mobilidade e esporte, vamos fortalecer a cultura de direitos e garantir vida
digna à população, especialmente a quem mais precisa das políticas públicas,
oportunizando futuro e esperança à população, especialmente, à juventude,
edificando um futuro includente e solidário para Bacabal.
Queremos
uma Bacabal criativa, ativa, saudável, inclusiva e feliz, que oferece à
população diversas possibilidades de cultura, esporte e lazer, que são direitos
fundamentais para garantir aquele mais amplo, que é o próprio direito à cidade.
Os espaços públicos e toda a cidade terão uma gestão democrática e
participativa, desenvolvendo plenamente a cidadania.
Nenhum comentário:
Postar um comentário