quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Bacabal da diversidade, da juventude, dos direitos e da justiça social

 




           Qualquer agrupamento humano tem seus fatores de unidade e de diversidade. Pensar uma cidade passa, necessariamente, por considerar a pluralidade dos sujeitos que a habitam, com suas diferentes demandas. A cidade é única e diversa ao mesmo tempo, uma comunidade variada de pessoas, entes, espaços e identidades. Portanto, é necessário dialogar, atender e incluir a todas e todos.

Por trás do discurso dominante de ordem e respeito, quanta discriminação, exclusão, intolerância e violência não perpassa nosso tecido social? Direitos básicos, como liberdades fundamentais, não vêm sendo respeitados. Fala-se de cultura da paz e tolerância, mas discursos de ódio vem ganhando terreno, assim como o sectarismo e demonização das diferenças. Mais do que nunca é necessário lembrar que, o mesmo direito que assegura a liberdade de crença é o que assegura a liberdade de identidade de gênero e sexualidade. Temos a ousadia necessária para enfrentar o discurso de ódio que, fomentado pelo governo federal atual, vem naturalizando as discriminações e perseguições das diferenças.

Nossa gestão deixará evidente, todo o tempo, a escolha pelo respeito integral à dignidade e diversidade humana, reconhecendo e garantindo os direitos. Efetivar e promover a equidade, superando as discriminações e desigualdades estruturais não é escolha, mas obrigação humana, em conformidade com a Constituição Federal e leis internacionais. Vamos fortalecer os espaços de participação e controle social dos diferentes grupos sociais, criando as condições necessárias de representatividade na construção das políticas públicas. Garantir a visibilidade e o lugar de fala dos diferentes sujeitos, empoderando-os.

Vamos considerar sonhos e resistências e combater o sectarismo e as discriminações, promovendo ampla e plena igualdade e respeito. Vamos garantir a vida em um cotidiano livre de preconceitos de qualquer ordem, fortalecendo a cultura dos direitos e do respeito. Vamos criar políticas permanentes de conscientização e visibilidade dos diferentes sujeitos, valorizando nossa diversidade sociocultural. Em parceria com a sociedade civil e com os diferentes sujeitos, vamos fazer valer os estatutos e os direitos e proteções básicas, elaborando, implementando e monitorando políticas específicas voltadas aos direitos da mulher, da criança e juventude, moradores de rua, do idoso, da população LGBT, dos povos de terreiro, negros e negras, das pessoas portadoras de necessidades especiais, povos e comunidades tradicionais.  

Não deve haver tolerância com intolerantes e, nesse sentido, cabe enfrentar todo preconceito e discriminação, incentivando a denúncia de quem insistir em proferir discursos excludentes e de ódio, fiscalizando e facilitando a punição, atuando em parceria com órgãos responsáveis do judiciário. Criaremos a Secretaria Integrada de Justiça e Direitos (SEIJUDI) para formular e acompanhar as políticas específicas e estruturais, desenhadas junto com a sociedade civil e os sujeitos vítimas de discriminação e violência, perpassando os diferentes setores. A exemplo de políticas de saúde, educacionais e culturais especiais para atender os diferentes grupos, garantindo o acesso e qualificando a equipe, por meio de formação continuada, para dar o melhor atendimento possível e personalizado a mulheres, idosos, crianças e jovens, portadores de necessidades especiais e LGBTQI+.

É fato que o segmento LGBTQI+ é alvo de discriminação e violência explícita, por grupos que insistem em violar sua dignidade humana. Portanto, terá não só atenção especial como espaço na gestão, participando ativamente da formulação das políticas públicas nas mais diversas áreas, visando assegurar sua dignidade, protagonismo social e o livre exercício da cidadania. De modo semelhante, apesar dos avanços recentes, o retrocesso generalizado também afeta a população negra, com a discriminação e desigualdade estrutural ainda marcando nossa sociedade. Nosso país ainda vivencia e expressa as contradições geradas por séculos de escravidão, sendo a mais óbvia a desigualdade social que é racial e se reflete em todas as dimensões, inclusive nos abusos policiais. Basta de assassinatos, encarceramento e vulnerabilidade social. Basta do genocídio da juventude negra. Basta de racismo e preconceito explícito ou velado, bem como da tolerância social com eles, o que inviabiliza a construção de uma sociedade efetivamente democrática, livre e igualitária, promotora da dignidade humana. Portanto, negras e negros também terão atenção e espaço especial na gestão, participando ativamente. Basta de racismo e de LGBTfobia.

Os jovens negros são as maiores vítimas da violência urbana no Brasil, e em Bacabal não é diferente. Vamos reverter esse quadro atroz, fazendo-se respeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente bem como o Estatuto da Juventude. O protagonismo social será garantido e desenvolvido desde cedo, auxiliando no fortalecimento das instituições representativas desses segmentos (bem como nos demais), integrando os sujeitos que os representam nos espaços decisórios. As tecnologias e meios digitais permitem, hoje, meios de democracia participativa, colocando a juventude no centro dos esforços de construção de uma cidade de direitos.

É central na nossa gestão a concepção de Estado laico e promotor da igualdade. Todas as instituições públicas devem servir de espaço de mediação e inclusão dos sujeitos, respeitando-se e promove a pluralidade social. A cultura da paz e diversidade é o mote e caminho. Nesse sentido, serão efetivados conselhos e planos municipais, de igualdade racial, de gênero, religiosa, da juventude, vetustade, etc.

Igualmente central é a concepção de assistência social como compromisso e política de Estado, defensora e garantidora dos direitos básicos para assegurar uma vida digna. Não se trata de ações assistencialistas fragmentadas e tutelares, ou pior, politiqueiras e clientelistas, mas de ações políticas e institucionais integradas, fortalecedoras da cultura de direitos e cidadania, empoderando os sujeitos na compreensão e defesa de seus direitos e das políticas públicas, viabilizando seu controle social.

Faremos uma gestão democrática, descentralizada e intersetorial, capaz de perceber e incidir de forma específica em cada território da cidade, conforme suas particularidades culturais, sociais e econômicas, organizando os serviços de assistência e demais políticas públicas conforme a complexidade de cada caso, a fim de superar a vulnerabilidade social. Partiremos dos princípios do Sistema Unificado de Assistência Social, promovendo uma política setorial pública, gratuita, integral e universal.

Enfim, caminhamos para uma estrutura de governo pautada pela transparência, participação popular e por políticas de promoção da igualdade e diversidade, garantindo os direitos fundamentais e as liberdades básicas. O planejamento é central para a garantia de justiça social e ambiental, democratizando a cidade e construindo a tão sonhada cultura da paz e inclusão. O caminho é a promoção da igualdade, diversidade e acesso às políticas públicas para superar desigualdades e discriminações.

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