É
fato que, ser professor(a) municipal contratado em Bacabal depende de apoio ou,
no mínimo, silenciamento político. São as famosas “peixadas”. Mas, quais as
consequências disso? Estamos enterrando nosso futuro, dia após dia, ao manter isso.
Já
denunciamos essa situação em outra
ocasião, quando visitamos um povoado da cidade. Não bastasse a dependência
política e a autocensura geradas pela troca do contrato por apoio (clientelismo),
as pessoas também relataram a divisão ilegal de cargos entre mais de uma
pessoa. É mais uma estratégia para que os tentáculos
do poder consigam envolver mais e mais famílias. De lá para cá, ouvimos outros relatos semelhantes. Um professor contratado ouviu de
sua diretora, algo como: “Vão e procurem seus vereadores para garantir seus
contratos ano que vem”. Uma colega sua, mesmo concursada,
revelou seu medo de se posicionar politicamente e ser transferida para uma escola distante, como represália. Vale repetir a pergunta: Quais as consequências disso?
Fomos mais a fundo, e fizemos um questionário a ser aplicado com professores municipais. Uma das questões era se a ou o profissional percebia na escola a influência política da gestão municipal. A resposta: “- Esse controle é exercido a partir do uso das contratações do quadro de funcionários da SEMED, e das escolas.”. Sobre liberdade para abordar assuntos da político local: “- Sempre podada pelos diretores e coordenadores, na sua maioria, colocados ali para supervisionar os trabalhos.”, sendo os contratados “o alvo principal”, pressionados “principalmente, nos eventos do período eleitoreiro”. Isso responde o porquê das passeatas, carregando a imagem do prefeito/faraó em estandartes, no dia do aniversário da cidade.
Fomos mais a fundo, e fizemos um questionário a ser aplicado com professores municipais. Uma das questões era se a ou o profissional percebia na escola a influência política da gestão municipal. A resposta: “- Esse controle é exercido a partir do uso das contratações do quadro de funcionários da SEMED, e das escolas.”. Sobre liberdade para abordar assuntos da político local: “- Sempre podada pelos diretores e coordenadores, na sua maioria, colocados ali para supervisionar os trabalhos.”, sendo os contratados “o alvo principal”, pressionados “principalmente, nos eventos do período eleitoreiro”. Isso responde o porquê das passeatas, carregando a imagem do prefeito/faraó em estandartes, no dia do aniversário da cidade.
Essa
forma das gestões tratarem a coisa pública como assunto privado
(patrimonialismo) é secular, punindo e delegando “cargos” como se fossem
benefícios pessoais, ao melhor estilo dos faraós e dos monarcas. Infelizmente,
isso afeta não só quem já está formado e dando aulas, mas também quem pretende
lecionar. Em novembro de 2019, alunos de curso de licenciatura da cidade também
relataram seus temores quanto a sofrer perseguição política na cidade, não conseguindo
dar aulas no futuro acaso comentem assuntos da política municipal em suas redes
sociais. Por isso, preferiam falar de temas nacionais. Em diálogo posterior, outros dois alunos admitiram que trocaria seu voto e apoio por um cargo, pois têm contas para pagar. Ou seja, o
clientelismo e o patrimonialismo são tão cruéis e deletérios para a
sociedade, que mesmo quem ainda nem se formou já vai introjetando as condutas necessárias para conseguir trabalho. Daí a pergunta: Como um
professor cativo pode educar para emancipar? Como podem formar cidadãos se
estão silenciados, se estão vigiados? Em diálogo entre
O diagnóstico da situação está aí. Devemos,
imediatamente, romper com essa realidade, que nega um futuro melhor para
Bacabal. Para isso, já apontamos em outros dois momentos a urgência de estabelecer,
como única via de acesso ao trabalho no município, os concursos
e processos
seletivos impessoais, objetivos e com plena transparência e controle
social. Precisamos criar condições objetivas para que nossas professoras e
professores eduquem a futura geração para o exercício da liberdade, dignidade,
solidariedade e cidadania. Diz o patrono da educação brasileira que:
O
professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das
bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres
históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo [...] Mulheres
e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de
valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso nos
fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição,
entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da
ética, quanto mais fora dela.
Tratar da educação é
tratar do futuro da nossa cidade e sociedade. É necessário o máximo de zelo e
compromisso com a coisa pública. Como também apontamos em outra ocasião,
Bacabal pode ter um futuro brilhante, a depender do acerto de nossas
ações no presente. Aprimorar a educação pública será determinante.
Olá, como faço para me filiar ao Psol em Bacabal?
ResponderExcluirBom dia, Alex. Você pode fazer contato pelo WhatsApp (99)99904-5221, faça ali a mesma pergunta e você receberá a ficha de filiação. Obrigada.
Excluir