sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Agroecologia já. Basta de injustiça socioambiental



             Já vimos que, para promover o desenvolvimento rural sustentável, é fundamental mobilizar e garantir o engajamento dos pequenos produtores, fortalecendo a agricultura familiar. Esse caminho já foi trilhado nos países desenvolvidos e se mostrou bem-sucedido econômica e socialmente, sendo mais eficiente e gerando mais empregos. É inegável o papel da agricultura familiar em promover o desenvolvimento do campo, devendo estar acompanhada das devidas políticas públicas de apoio ao trabalhador rural e incentivo à sua produção.
            É nesse contexto que surge a agroecologia como alternativa para fortalecer a agricultura familiar, articulando seus principio ecológicos, agronômicos e socioeconômicos e viabilizando a implantação de um desenvolvimento rural sustentável democrático partindo das ações locais tendo os agricultores como protagonistas destas ações. Citando especialistas no assunto,
Em síntese, o enfoque agroecológico corresponde à aplicação interativa de conceitos e princípios da Ecologia, da Agronomia, da Sociologia, da Antropologia, da Comunicação, da Economia Ecológica e de outras áreas do conhecimento científico, no redesenho e remanejo de agroecossistemas que sejam sustentáveis ao longo do tempo, configurando-se como um campo de conhecimento híbrido, para apoiar o processo de desenvolvimento rural sustentável.


            A agroecologia tem se consolidado como um caminho viável para o estabelecimento da economia solidária, comprometido com as pessoas hoje e com as futuras gerações. O crescimento da população e o aumento da pressão sobre os recursos naturais têm provocado sua depleção e é preciso pensar e planejar hoje o que será do futuro em nossa casa comum. Este comprometimento passa pela conscientização acerca das limitações dos ecossistemas e pela necessidade da manutenção de seu equilíbrio.
            A agroecologia parte do princípio de desenvolver a produção agrícola sem danos ao ambiente, partindo da lógica da complexidade advinda das comunidades tradicionais fazendo surgir propostas de integração: agroecologia e agricultura familiar que favorecem a combinação entre a complexidade da agricultura familiar e o controle e supervisão necessária ao trabalho.
                No intuito de permitir o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, é preciso ter tecnologias apropriadas, realizar ações de extensão rural, fornecer assistência técnica e facilitação ao acesso ao crédito rural, visto que parcela considerável da capacidade de absorção de avanço tecnológico da produção proveniente da agricultura tem admitido a composição da produção de fibras e alimentos com preços baixos  com a elevação da qualidade de vida do produtor.
            É importante o reconhecimento da agricultura familiar a partir da ação dos pequenos agricultores como uma possibilidade para o estabelecimento do desenvolvimento rural sustentável. Ao considerar que os países desenvolvidos tiveram avanços em seu processo de produção com base no trabalho dos agricultores familiares, temos uma significativa informação no tocante ao planejamento da produção familiar e do seu processo de organização.

Referências

ASSIS, R. L. de. Desenvolvimento rural sustentável no Brasil: perspectivas a partir da integração de ações públicas e privadas com base na agroecologia. Economia  Aplicada,n.10, 2006.
GUZMÁN, E. S. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável In: AQUINO, A.  M. de, ASSIS, Renato Linhares de.(Editores Técnicos) Agroecologia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF : Embrapa, Informação Tecnológica, 2005
OLIVEIRA, F. das C.; DE SOUSA, V. F.; DE OLIVEIRA JÚNIOR, J. O. L. Estratégias de desenvolvimento rural e alternativas tecnológicas para a agricultura familiar na Região Meio-Norte. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2008.
SOGLIO, F. D. e KUBO, R. R. (Orgs). Desenvolvimento, agricultura e sustentabilidade. Coordenado pela SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016. p. 51.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO

 NOTA AOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES DOS PROFESSORES/AS, DO CAMPO POPULAR, INDÍGENA, QUILOMBOLA E SINDICAL DO MARANHÃO     Nós, que subscreve...