É preciso ouvir,
sistematicamente, os moradores do campo e discutir as dificuldades por eles
enfrentadas, integrando-os em uma gestão
democrática e transparente. Assim, garantir que possam
participar da escolha das melhores estratégias para atingir o desenvolvimento
local, atendendo demandas especificas. Fomentar sua organização em instituições
representativas é fundamental para garantir essa interlocução permanente, de
modo que tenham o reconhecimento e envolvimento necessários para que possam
representar essas populações.
Além dessa
horizontalidade na abordagem das ações públicas faz-se necessário caracterizar os
povoados, reunir e sempre atualizar informações sobre o número de moradores, a
quantidade de famílias, tipo de moradia, renda familiar, estrutura etária da
comunidade, número de mulheres e de homens, incidência de doenças, problemas
enfrentados pela comunidade e suas formas de organização, além de aspectos
sobre as atividades econômicas, a forma como são desenvolvidas e os principais
entraves de realização destas. É necessário entender a dinâmica, os problemas e
as perspectivas para o futuro de cada povoado. Gerenciar
e processar dados é fundamental, tanto concernentes à
produção quanto à educação, saúde e meio ambiente para que sejam traçados
planos de ações com base em indicadores seguros.
Especialistas apontam que o
desenvolvimento local vem da expressiva participação dos beneficiários,
estimulada por iniciativas comunitárias, gerando parcerias com o Estado. Fundamenta-se,
principalmente, no potencial dos recursos humanos, naturais e institucionais
que fazem parte do patrimônio sociocultural que também recebe o nome de capital
social. Toma-se como ponto de partida esse diagnóstico para identificar
potencialidades e dificuldades até o estabelecimento de uma proposta mais geral,
projetando o futuro a ser atingido e as devidas escolhas de estratégias para
planos integrados de desenvolvimento. Desenha-se um cenário onde as políticas
públicas se unem com o capital social para valorizar as diferenças e adquirir
melhores condições de vida bem como espaços ou ambientes sustentáveis.
Exemplo dessa abordagem
é a educação do campo, que também deve ser objeto de caracterização a fim de
subsidiar o planejamento de medidas de desenvolvimento. Levantar esses dados
permite discutir e encaminhar soluções para os problemas referentes ao ensino e
à efetivação do direto à infância. Do mesmo modo, faz-se necessário conhecer os
demais aspectos socioeconômicos e culturais de cada povoado, a exemplo de um
corte etário, que permita identificar tanto a infância quanto a vetustade,
identificando os idosos e suas demandas para garantir seu acesso aos cuidados
médicos devidos e merecidos.
O
fortalecimento da agricultura familiar representa uma estratégia para
viabilizar o desenvolvimento sustentável, norteando políticas pautadas pela promoção
da segurança alimentar e que criem condições tanto para o aumento da produção
agrícola como para a reprodução social e avanço econômico para um expressivo número
de trabalhadores envolvidos com a produção agrícola.
São vários os caminhos
que podem direcionar a gestão, em parceria com as comunidades rurais, para ao
desenvolvimento sustentável. Destacamos a valorização dos saberes tradicionais
locais e das as tecnologias sociais, bem como o fomento ao associativismo e
cooperativismo, auxiliando na formação das organizações sociais. Cabe à gestão,
ainda, garantir assistência técnica e projetos para agregar valores à produção
local e acesso a máquinas agrícolas, bem como favorecer consórcios de espécies
agrícolas, a introdução de sistemas agroflorestais, o cultivo em aleias e o plantio
direto, qualificando a produção de alimentos e geração de renda no campo.
Referências
AGRIC. O que é
Plantio Direto? 2011 Disponivel em < https://www.agric.com.br/sistemas_de_producao/o_que_e_plantio_direto.html> Acesso em:
nov, 2019.
VASCONCELOS, M. da C.
da C. de A.; SILVA, A.F.A da e LIMA, R da S. Cultivo em aléias: uma Alternativa
para pequenos Agricultores. ACSA – Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.8,
n.3, p 18-21, 2012.
WANDELLI. E. V. et al.
Sistema Agroflorestal. Alternativa sustentável para a agricultura familiar. EMBRAPA:
2002.
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