segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Corrupção? Afinal, o que é essa palavra tão banalizada e manipulada?

  



    

      Mais uma vez, as eleições bacabalenses estão polarizadas. Dois grupos ou facções se atacam mutuamente. Um deles acusa o outro de ser corrupto e afirma que a população pode escolher entre a justiça ou a corrupção. No entanto, analisando criticamente, é essa denúncia procedente? Se sim, ela também não se aplicaria ao próprio grupo que acusa, haja vista que tem práticas eleitorais e políticas semelhantes as do grupo acusado? Vale aprofundar o conceito para termos uma noção mais precisa acerca de sua abrangência. Felizmente, dessa vez há uma terceira via crítica e independente, que desponta como alternativa ao clientelismo e patrimonialismo

    Comecemos questionando o que é corrupção, para superar uma visão simplista e limitada, que circunscreve o fenômeno a políticos que desviam recursos públicos e compram votos. Corrupção está para muito além disso. Ela também ocorre quando políticos usam um discurso hipócrita de acabar com a injustiça e ilegalidade, enquanto por trás de tudo derramam rios de dinheiro em suas campanhas. Será que, se eleito, um candidato desses irá repor os gastos milionários de sua campanha tirando de seu próprio bolso ou dos cofres públicos? Outra forma de corrupção está na manipulação que certos políticos têm feito do nome de Deus, dizendo-se cristãos para parecerem figuras pias e defensoras do povo, quando na verdade estão compactuando com a atual corrupção que está destruindo a vida, oferecendo empregos caso se elejam ou até mesmo pegando nomes para preencher folhas de contratos, com o intuito de obter votos. Isso tudo também é corrupção. 

    Desse modo, precisamos de uma definição mais formal e abrangente de corrupção. Ela deve ser entendida como efeito ou ato de corromper alguém ou algo, para obter vantagens por meios ilegais ou ilícitos. É um atentado, uma transgressão a normas, princípios e valores sociais e jurídicos. É uma violação praticada contra todo um organismo social, que é desse modo lesado. Portanto, ela não se restringe ao suborno, sendo também a mentira política, a troca de apoio por dinheiro ou promessa de cargo, a exploração, a evasão fiscal e um atentado contra a ética que rege uma sociedade. Podemos, como seres humanos, ser agente ou objeto dessa decomposição ou distorção. A origem da palavra é latina e remete ao "ato de quebrar em pedaços", "decompor ou deteriorar algo", "apodrecer".  

    Desse modo, concluímos que, necessariamente, toda campanha milionária engendra a corrupção, pois corrompe nosso sistema de valores, corrompe a própria lógica de uma disputa eleitoral, fazendo com que toda a sociedade apodreça. Elas tornam as campanhas um verdadeiro balcão de negócios, ou leilão da miséria e da ruína, colocando o dinheiro, o interesse pessoal dos sujeitos, como valores primários na definição do apoio, ao invés da avaliação política das candidaturas em disputa. Logo, corrompem o processo eleitoral e as instituições, a exemplo dos partidos, que ao invés de se alinharem conforme seus programas, agem, como sujeito coletivo, conforme a soma de seus interesses privados. 

    Na contramão dessa lógica podemos observar a atuação do jovem PSOL Bacabal. É coerente em seu discurso e em sua prática cotidiana, pois alia crítica sistemática ao sistema de dominação a práticas como uma campanha voluntária, propositiva e que colabora para o debate público e elevação das consciências. Isso o partido vem protagonizando na cidade, desde sua fundação, em junho de 2019, quando começou a refletir e postar sobre Bacabal.  

    Os fins não justificam os meios, portanto, deve haver harmonia entre o dito e o feito para que possamos dar um basta nessa política e práticas corruptas, banalizadas em Bacabal. Só avançaremos nesse objetivo trabalhando de forma voluntária, engajados em um propósito coletivo, no caso, uma cidade com saúde de qualidade, educação, infraestrutura, emprego e renda, defesa da cultura, do meio ambiente, do esporte, das diversidades e do lazer. A vida é um direito humano básico e para efetivá-lo precisamos garantir nossos direitos sociais, assegurados pela Constituição Federal de 1988. Vem com a gente, vamos fazer a diferença que tanto falamos e queremos. Libertação já!


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