terça-feira, 9 de junho de 2020

Educação, uma questão social



       Você já se perguntou o que é mais determinante para o aprendizado dos alunos? Precisamos investir em tecnologia, nos professores? Em tudo, seria a resposta mais acertada. Entretanto, uma pesquisa realizada nos traz importantes informações, acerca de prioridades.  
"[...] no cenário geral da pesquisa, cerca de 60% dos resultados do desempenho são explicados pelas características básicas do estudante e da família (a maioria não é observável, mas provavelmente pertence à variável renda/pobreza). Os fatores de escolaridade observáveis e inobserváveis explicam cerca de 20%, sendo a maior parte (10-15%) efeitos do professor. O resto da variação (cerca de 20%) é inexplicável. Em outras palavras, embora as estimativas precisas variem, a preponderância das evidências mostra que as diferenças de desempenho entre os estudantes são predominantemente atribuíveis a fatores fora das escolas e salas de aula. Agora, para ser claro: isso não significa que os professores não sejam realmente importantes, nem que o aumento da qualidade do professor só possa gerar pequenas melhorias."

        Diante disso, precisamos investir nos e nas professoras. Claro, e tal assunto já debatemos em outros textos e passam por sua estabilização, valorização e emancipação via processos seletivos impessoais e objetivos. Mas, precisamos ir muito além disso. Com fatores externos às escolas determinando boa parte do aprendizado, a educação precisa ser pensada de forma multidimensional, articulada a políticas econômicas, sociais, culturais e de outros setores. Por si só, a educação não resolve os problemas sociais, embora seja fundamental para garantir um futuro melhor, ao formar com qualidade e responsabilidade social as próximas gerações. Precisamos, portanto, junto com o investimento direto na educação e em seus agentes, efetivar políticas voltadas às famílias e à comunidade como um todo, para garantir condições de vida dignas e, com isso, melhorar o desempenho escolar das crianças e jovens. Gerar empregos e oportunidades é central, assim como consolidar uma cultura política mais responsável, com as pessoas saindo da passividade das relações clientelistas para uma um exercício ativo, crítico e direto da cidadania. Precisamos efetivar os direitos assegurados no artigo sexto da Constituição de 1988, como o direito ao trabalho, à cultura, às artes, aos esportes, à mobilidade, ao saneamento, à seguridade social e alimentar. A educação é onde todos os problemas mais amplos desaguam, pois seus sujeitos não são números, cifras, mas pessoas concretas, de contextos concretos e, no nosso, prevalece uma miséria geral, que precisa ser revertida. Um planejamento estratégico das gestões é urgente fundamental.    

             Referências 

DI CARLO, M. (14 de julho de 2010). Teachers matter, but so do words. Albert
Shanker Institute. Acesso em 22 de setembro de 2018, disponível em http://
www.shankerinstitute.org/blog/teachers-matter-so-do-words

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